Reformar a Previdência é um dos grandes desafios que se apresentam ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O futuro ministro da área econômica, Paulo Guedes, afirmou que deve propor um novo modelo de aposentadoria, além de apoiar as mudanças enviadas ao Congresso pelo governo Michel Temer.
A proposta de Guedes seria substituir o modelo atual de repartição –no qual os trabalhadores da ativa bancam a aposentadoria dos mais velhos– por um modelo de capitalização –em que cada trabalhador faz a própria poupança, que é depositada em uma conta individual.
A equipe de Bolsonaro ainda não informou como funcionaria o novo modelo nem como seria a transição. Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a nova proposta poderia zerar o rombo na Previdência, mas também haveria o risco de pagar aposentadorias muito baixas.
E quem já se aposentou?
No caso de quem já está aposentado, não seria possível mudar as regras, segundo os especialistas. Com os trabalhadores da ativa bancando as próprias aposentadorias, caberia ao governo arcar com o benefício dos mais velhos. O problema é que as contas públicas estão no vermelho e não haveria como cobrir esse gasto.
Uma possível fonte de recursos para isso seria a emissão de títulos públicos com prazos longos, segundo Carlos Heitor Campani, professor do Instituto Coppead de Administração da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Mesmo que essa medida aumente a dívida pública, seria bem recebida pelo mercado, pois iria desonerar os cofres do governo. “É diferente de você pedir dinheiro para gastos que não terão retorno. O governo estaria investindo”, afirmou.
FONTE: UOL